Um brinde ao… vazio.

Eu sempre escolho de noite porque é a hora em que estou cem por cento. É quando meus desejos estão no pico, são as horas que sempre creio que, irei sentir algo. É em cada gole de whisky que relembro alguém.

Larissa, linda! Que jantar maravilhoso, que conversa gostosa. Passamos algumas horas ali, porém, foi depois quando estávamos sozinhos, lhe beijei… Tudo ainda parecia normal. “Respiro fundo”. Droga!

Hmm, Ágata. Que cheiro gostoso você tinha. Ainda consigo lembrar daquele perfume. Naquela noite caminhamos o parque inteiro, e que noite maravilhosa, que lua, aquela brisa gelada, tudo perfeito. Porém, seu olhar não brilhava e nem seu toque me arrepiava. “Respiro fundo”. Droga!

Camila, Camila. O filme que assistimos no cinema foi sensacional, a gente de mãos dadas e você com sua cabeça em meus ombros. Gostosinho demais. Porém, estava me sentindo sozinho ali ainda. “Respiro fundo”. Droga!

E quantas noites foram assim. E quantas não foram também. Existem mulheres para quem sou o cara, inesquecível, e existem mulheres que não consigo ser dez por cento de mim mesmo. Que droga! Isso seria um fracasso meu? Talvez não! A gente não consegue energias de todos e não conseguimos passar essa energia para todos também. Hey Jorge, talvez seja até a maldita dessa sua melancolia que te atrapalha, já te faz ir por metade. Ai cara, você mesmo te atrapalha e faz com que não se entreguem a você também por causa dessa maldita alma fechada.

Então por isso prefiro ficar aqui, pelo menos por enquanto, acompanhado da coisa mais linda e deliciosa, meu copo de whisky. Um brinde ao vazio e a mim.

William Heleno