Deixamos pegadas na areia naquela noite, pegadas que seguiam um rumo, o do início, pegadas apaixonadas. Os pés descalços, o mar nos tocando, a lua nos vigiando, uma noite perfeita. Naquela noite nossas pegadas escreveram um sentimento, e não há como apagá-lo, pois o vento e o mar o transformaram em história.
Na mesma areia, fizemos nossas últimas pegadas, pegadas que seguiam outro rumo, a do fim. Mesmo já sabendo disso, continuamos. Pegadas secas, melancólicas, tão menos intensas que nem o mar conseguiu alcançar. E nesta, só o vento fez seu trabalho, mesmo que tristes, as pegadas também viraram história.
Não importa o fim da história, o que importa é que ali estávamos. Ali sentimos coisas boas, ali caminhamos juntos, ali escrevemos uma história. E que mesmo não querendo, eu sempre lembrarei. A brisa, a lua e o mar sempre serão teimosos em me lembrar. Mas tudo bem, o que foi escrito, foi bonito.
Aquelas pegadas,
Como queria tocá-las novamente.
Desde a última caminhada, não voltei a encontrar o mar. Espero voltar logo, mas já me preparo para o vazio e as lembranças que a areia, a lua e o mar me contarão. Porque ali, sempre existiremos.
– William Heleno
Belo, um belo conto!
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